Associação Brasileira de Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais e Pessoas com Deficiência – ABOPE
A ABOPE é uma associação sem fins lucrativos, econômicos, político-partidários ou religiosos. Não cabe a sua diretoria em conjunto, ou por intenção individual de seus diretores ou conselheiros, emitir opinião ou juízo de valor sobre qualquer indivíduo ou instituição.
A ABOPE, porém, não é uma instituição sem voz, amorfa, estanque. A ABOPE luta por causas que são sua verdadeira razão de existir e sua causa principal tem sido promover a odontologia para pessoas com deficiência e outras com necessidades especiais.
Para cumprimento de suas normas estatutárias, a ABOPE pode realizar ações que sejam compatíveis ou necessárias para conscientização e advocacy relacionadas aos seus objetivos. Dentre esses, está o direito de reivindicar e influir na formulação e implementação de políticas públicas que atendam de maneira geral a população e em especial a camada mais suscetível e desprotegida da sociedade: as pessoas com necessidades especiais e deficiências.
É por esse motivo que externamos, assim como grande parte da comunidade odontológica brasileira, nossa indignação com a indicação do Sr. Vivaldo Pinheiro Guimarães Júnior como Coordenador Geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde. Não se conhece atividade acadêmica, científica e tão pouco de expertise na área da Odontologia.
Não é concebível que o Brasil, com sua Odontologia de altíssimo nível, reconhecida internacionalmente e o país com o maior número de cirurgiões dentistas formados em todo mundo, não tenha em suas hostes um profissional com competência para coordenar políticas voltadas à saúde bucal da população.
Faz-se como condição fundamental que tal cargo seja exercido por pessoa ilibada, de competência comprovada e reconhecida pela comunidade odontológica brasileira e que obviamente tenha experiência na gestão de saúde bucal.
Nos últimos anos tivemos no Brasil grande avanços que não podem retroceder sob risco de penalizar milhões de brasileiros que poderão ficar sem uma política pública adequada as suas necessidades com a presença de um coordenador sem os pré-requisitos mínimos para obter êxito nesta delicada função.
Reivindicamos, por isso, que nomeações desta importância sejam norteadas pelo princípio fundamental da razoabilidade.
A ABOPE não irá de abster de emitir opinião e prima por fazer uma Odontologia de excelência para a camada mais vulnerável da população, que poderá sofrer as consequências desta nomeação descabida.
Diretoria Executiva da ABOPE
São Paulo, 26 de Junho de 2020

A ABOPE não poderia se furtar de omitir opinião sobre esse tema tão relevante e de impacto direto na saúde bucal da população e fundamentalmente naquela mais vulnerável, os “nossos” pacientes com deficiência e necessidades especiais. MBoccia